TESTE DE RESTRIÇÃO HÍDRICA
Objetivos
Avaliar capacidade de concentração urinária em resposta ao aumento da osmolaridade sérica e diagnóstico diferencial da poliúria.
Ação
A restrição hídrica promove hipovolemia e aumento da osmolaridade sérica, estimulando a secreção de hormônio anti-diurético, aumentando a osmolaridade e densidade urinária. Quando isso não ocorre, a administração de acetato de desmopressina promove o estímulo à concentração urinária pelos rins.
Método
Iniciar o teste ás 8 horas da manhã, suspendendo a ingestão de líquidos. Nos pacientes com poliúria discreta, a deprivação de áqua poderá ser iniciada na noite anterior ao teste.
Duração do teste: 12-18 horas.
Medir a cada 1 a 2 horas: peso, volume urinário, densidade urinária e, se possível, osmolaridade séria e urinária e, se possível, ADH.
Osm sérica (mOsm/Kg) = 2 X (Na + K) + (Glicose/18) + (Uréia/6)
Interromper o teste: Concentração urinária adequada: Densidade urinária >= 1020 ou Osmolaridade urinária >= 700 mOsm/kg; ou quando a perda de peso for superior a 5% e a densidade e osmolaridade urinárias se mantiverem baixas, administrar DDAVP 10 mcg, via intra-nasal e dosar a densidade urinária, osmolaridade sérica e urinária e volume urinário 30 a 60 minutos após o medicamento.
Interpretação
- Diabetes insipidus (neurogênico ou nefrogênico):
- Densidade urinária < 1005 (200 mOsm/Kg) com débito urinário elevado (> 2 ml/Kg/hora).
- Diabetes insipidus nefrogênico:
- ADH sérico ≥ normal.
- Após diagnosticado diabetes insípido, deve-se administrar DDAVP para diferenciação entre diabetes insipidus neurogênico (central) ou nefrogênico, administrando-se DDAVP.
- Diabetes insipidus central:
- Osmolaridade urinária: aumento > 50% após DDAVP.
- Diabetes insipidus nefrogênico:
- Osmolaridade urinária: não apresenta aumento após DDAVP.
- Diabetes insipidus central parcial:
- Apresentam elevação parcial da concentração urinária durante a restrição hídrica, com um aumento adicional após a administração de DDAVP.
- Polidpsia primária:
- Comportamento semelhante ao diabetes insipidus central parcial, porém com osmolaridade plasmática aumentada antes do início do teste, com incremento após a restrição hídrica e com falta de elevação adequada do ADH.
- Diabetes insipidus central:
Atenção
- Em alguns casos de diabetes insipidus central e na polidipsia primária podemos obter resposta parcial ao DDAVP pelo fenômeno da medula renal hipotônica (diminuição da capacidade de concentração da medula renal por processo crônico de poliúria).
- Teste terapêutico com DDAVP: Utilizado para diferenciar diabetes insipidus central e polidipsia primária. Administra-se DDAVP 10 mcg/dia, via intra-nasal, por 10-15 dias, orientando o paciente a ingerir volume de líquido similar ao débito urinário. Avaliar a concentração urinária total com o uso do DDAVP.
- Diabetes insipidus central: Presença de concentração urinária total.
- Polidipsia primária: Ausência de concentração urinária total.
Literatura Recomendada