OSMOLALIDADE
INTRODUÇÃO
Osmolalidade é a medida do número de partículas osmoticamente ativas em uma solução1. A osmolalidade pode ser expressa em unidades de osmolalidade (milosomoles por quilograma de água, mOsm/Kg H2O) ou de osmolaridade (miliosmoles por litro de água, mOsm/L H2O)1.
INDICAÇÕES
- Monitorar o balanço hidroeletrolítico1;
- Diagnosticar coma hiperglicêmico não cetótico1;
- Avaliar a capacidade de concentração renal pela osmolalidade urinária1.
MÉTODO
MATERIAL BIOLÓGICO
- Soro ou urina1.
METODOLOGIA
- A osmolalidade pode ser mensurada:
- Pela variação do ponto de congelação ou na pressão de vapor, por equipamento especial1;
- Pela fórmula:
Posm (mOsm/Kg H2O) |
= | 2 x [Na+ plasma (mEq/L)] | + | [glicose plasma (mg/dL)] __________________ |
+ | [uréia (mg/dL)] ___________ |
18 | 5,6 |
INTERPRETAÇÃO
VALORES NORMAIS
- OSMOLALIDADE SÉRICA: 275-300 mOsm/Kg de H2O1.
- OSMOLALIDADE URINÁRIA: 50-1.200 mOsm/Kg de H2O1.
OSMOLALIDADE SÉRICA AUMENTA:
- Hiperglicemia1;
- Cetoacidose diabética1;
- Coma hiperglicêmico não cetótico1;
- Hipernatremia com desidratação:
- Diarréia1;
- Vômitos1;
- Febre1;
- Hiperventilação1;
- Baixa ingestão de água1;
- Diabetes insípido:
- Central1;
- Nefrogênico: congênito ou adquirido (hipercalcemia, hipocalemia, doença renal crônica, anemia falciforme, efeito de drogas)1;
- Diurese osmótica (hiperglicemia, administração de uréia ou manitol)1;
- Hipernatremia com hidratação normal:
- Hipernatremia essencial (insensibilidade de osmorreceptores)1;
- Hipodipsia1;
- Hipernatremia com hiper-hidratação (iatrogênica ou acidental)1;
- Ingestão de álcool1.
OSMOLALIDADE SÉRICA DIMINUI:
- Hiponatremia com hipovolemia (Na+ urinário > 20 mEq/L):
- Insuficiência suprarrenal1;
- Perdas renais: diurese osmótica, pielonefrite, acidose tubular renal proximal1;
- Perdas do trato gastrintestinal: diarréia e vômitos1;
- Outras: queimaduras, peritonite, pancreatite1;
- Hiponatremia com normovolemia ou hipervolemia (síndromes dilucionais):
- Insuficiência cardíaca congestiva1;
- Cirrose1;
- Síndrome nefrótica1;
- Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH)1, que se caracteriza por:
- Osmolalidade sérica diminuída1;
- Osmolalidade urinária normal ou aumentada1;
- Na+ urinário normal ou aumentado1;
- hormônio antidiurético (arginina vasopressina) sérico aumentado1.
OSMOLALIDADE URINÁRIA AUMENTA:
- Privação de água1;
- Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH)1;
- Hiponatremia por perdas renais:
- Diuréticos1;
- Insuficiência renal1;
- Insuficiência suprarrenal primária (Doença de Addison)1.
OSMOLALIDADE URINÁRIA DIMINUI:
- Hiponatremia secundária à hemodiluição exógena (excesso de fluidos intravenosos ou polidipsia)1;
- Hiponatremia secundária à hemodiluição endógena:
- Cirrose1;
- Síndrome nefrótica1;
- Insuficiência cardíaca congestiva1;
- Hiponatremia por perdas através da pele ou trato gastrintestinal1.
GAP OSMOLAL
Gap osmolal é a diferença entre o valor calculado e o valor medido de osmolalidade sérica1.
VALOR NORMAL DO GAP OSMOLAL: < 101.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ROSA, A.A.A.; SILVA, A.A. & RESTELATTO, L.M.F.: Osmolalidade, dosagem de. In: SOARES, J.L.M.F.; ROSA, D.D.; LEITE, V.R.S. & PASQUALOTTO, A.C.: Métodos diagnósticos. consulta rápida. Porto Alegre, Editora Artmed, 2° edição, 2012.